A hipertensão arterial (HTA) é uma das doenças crónicas mais prevalentes na população mundial, e à medida que os hábitos de vida saudáveis vão sendo descuidados, esta prevalência aumenta cada vez mais. Esta doença está relacionada com determinados órgãos, denominados de “orgãos-alvo” da hipertensão: os rins, o cérebro, os vasos arteriais, os olhos e principalmente, o coração. Por um lado os rins podem, com o correr dos anos, apresentar insuficiência renal. Em relação ao cérebro, podem ocorrer os acidentes vasculares cerebrais ou AVC, com as suas múltiplas consequências nomeadamente a nível motor. No sistema vascular podem surgir aneurismas e a uma maior predisposição à acumulação de gordura no interior destas artérias, levando ao que chamamos de aterosclerose. Nos olhos, podem haver alterações da visão por lesões das artérias. No coração, o processo é bastante complicado, pois além da tendência para formar as placas de gordura nas artérias que levam o sangue ao coração, pode ocorrer hipertrofia cardíaca. No primeiro caso, a gordura que obstrui as artérias do coração pode levar a angina ou enfarte do miocárdio. Já a hipertrofia do coração, com frequência, leva a insuficiência cardíaca.
A HTA, junto com outros factores de risco como a diabetes, o tabaco, o excesso de gordura no sangue, o sedentarismo, o excesso de peso e a obesidade são os principais responsáveis por estas doenças do coração. A HTA desencadeia estas modificações cardíacas por diversos mecanismos extremamente complicados. A insuficiência cardíaca ocorre porque o coração, para enviar o sangue aos diversos tecidos, tem de exercer uma força maior e, para isso, aumenta a sua espessura, por aumento do tamanho das células que o compõem. Com o decorrer do tempo estas células, que aumentaram de tamanho e trabalham mais, morrem e o coração vai perdendo a sua capacidade de se contrair e enviar sangue aos diversos tecidos. Desta forma é fácil concluir que a redução dos níveis elevados da pressão arterial bloqueia esta cadeia maligna de eventos que, apesar de levar alguns anos, é constante e persistente.
A Hipertensão arterial não tem cura mas tem controlo. O tratamento da hipertensão é para toda a vida, incluindo o farmacológico (com medicação) e o não farmacológico (estilos de vida saudáveis). Mais importante que prolongar a vida é manter a qualidade de vida.
A adopção de estilos de vida saudáveis, como a adesão a uma alimentação saudável, é um factor importante no tratamento da hipertensão, no sentido de reduzir a ingestão de sal e de alimentos ricos em gordura animal, e praticar exercício físico com regularidade. Contudo, é importante relembrar que a hipertensão arterial não tem cura, mas tem controlo!
É essencial não abandonar o tratamento.
No sentido de orientar e apoiar os hipertensos na adesão ao tratamento e como forma de complementar a Enfermagem familiar, a UCC Chaves 1 tem em curso o programa modular “Cuide do seu coração”. Este programa é dirigido a grupos de hipertensos, em 8 sessões, uma vez por semana. Todos estes utentes, inscritos nesta instituição de saúde, terão oportunidade de participar.
UCC: Centro de Saúde de Chaves, nº 1
