Diário Atual
Sebastião Imaginário

Sebastião Imaginário

Finalmente os flavienses conseguiram obter dois triunfos, em dois jogos consecutivos, no Municipal de Chaves, ambos, curiosamente, pelo mesmo resultado (3-0). Parece que os traumas que apoquentavam a equipa, quando jogava em casa, estão definitivamente ultrapassados. Assim o desejamos!

Os dois últimos jogos corresponderam a duas tardes de bom futebol, tranquilas para os adeptos e que puderam ver a equipa exibir argumentos que até agora, raramente, tinham tido oportunidade de observar.

Pela primeira vez na temporada a equipa obteve as três vitórias consecutivas, desfechos que tiveram como consequência uma aproximação dos “Valentes Transmontanos” aos lugares cimeiros da tabela classificativa, mas ainda distantes dos lugares de promoção. É certo que a equipa está mais perto, mas o trajecto até obter um “lugar ao Sol” ainda está muito íngreme. Mas a única solução é vencer, fazendo o nosso trabalho e esperar pela contabilidade final. Vamos com confiança e esperança, continuar a alimentar os nossos sonhos.

Registo com satisfação a evolução. Quer frente ao União da Madeira, quer contra a Oliveirense, os flavienses demonstraram estar numa fase ascensional. Nestes encontros, os comandados de Quim Machado tudo fizeram para solucionar os problemas da forma mais fácil possível.

A tranquilidade transmitida pelos golos obtidos no amanhecer dos encontros, ajudou à prestação, mas não deixa de ser uma constatação o domínio e o controlo em ambos os jogos. E, se contra os insulares ainda houve alguma possibilidade, embora ténue, de termos um dissabor, contra a Oliveirense, o adversário não teve grandes possibilidades de colocar em causa um triunfo tranquilo e seguro. De resto, a equipa de Artur Marques, na primeira parte, não dispôs de qualquer lance de perigo.

O que sobreveio nestes dois jogos é o que, por regra, deve ocorrer sempre que os objectivos são elevados. Dito de outra forma: é isto que deve acontecer sempre a uma equipa que pretende subir de divisão, quando joga em sua casa. Infelizmente, durante grande parte da temporada, incompreensivelmente, a equipa não conseguiu explanar todo o seu potencial.

Nos últimos jogos, o treinador transmontano tem apresentado um novo desenho táctico, o qual, aparentemente, tem trazido um maior conforto à equipa, que parece estar mais compacta, organizada, consistente e confiante.

Nesta nova disposição da equipa, permitam-me destacar alguns elementos. Desde logo, o deslocamento de Ricardo Chaves para a zona intermediária, o que permitiu ganhar um elemento de grande capacidade de luta e de lucidez na hora de definir os lances. Depois, há que não esquecer a alta rotação da “formiguinha”. Por outro lado, a colocação de Kuca nas costas do ponta-de-lança trouxe outra dinâmica à equipa, enquanto Arnold, um jogador que gosta de bola no espaço, trouxe velocidade e poder de explosão. Mas não restam dúvidas que, de uma forma generalizada, a equipa está melhor e, para já, parece ter encontrado a fórmula do sucesso.

A melhoria da equipa também está associada ao facto de não sofrer golos há três jogos. Daqui resulta uma consequência directa: se não sofremos, temos a garantia que a vitória está mais perto de ocorrer. Obviamente que, quando se sofriam golos, a culpa não era exclusivamente do sector defensivo, também agora, não me parece ser mérito restrito de quem actua nessa posição.

Defendo que o que está a acontecer deve-se ao facto dos flavienses estarem mais equilibrados e muito mais concentrados. Há um maior compromisso/ compreensão dos objectivos do grupo. Enfim, existe mais equipa.

Cada jogo tem a sua história. No encontro com os insulares, os “Valentes Transmontanos” apresentaram um futebol atractivo, sexy, como um dia muito bem definiu o holandês Ruud Gullit.Com a Oliveirense, prevaleceram outros valores: a segurança e o pragmatismo, embora aqui e ali tenham existido laivos de grande qualidade. Certo é que em ambos os encontros os adeptos abandonaram o estádio satisfeitos, quer com o resultado, quer com a exibição.

Os “Valentes Transmontanos” não têm tempo para descansar à sombra das vitórias recentes, seguindo-se uma deslocação muito complicada a Santa Maria da Feira. Jogar com o Feirense nunca foi e não será fácil, para mais é uma equipa que está moralizada com o triunfo obtido na Madeira e que nos últimos 17 jogos apenas perdeu por duas vezes. Por outro lado, as últimas deslocações à terra das fogaças não têm sido felizes: quatro derrotas nos últimos jogos, remontando a época 2003/2004 o derradeiro “sorriso” dos flavienses.

Mesmo com o cenário acima descrito como pano de fundo, penso que os transmontanos têm condições para manter esta dinâmica de vitórias, mas para tal terão que ser mesmo “Valentes Transmontanos”. Chegou o momento de repetir o êxito de 2003/2004. E, como seria extremamente importante que o mesmo se verificasse nesta fase da temporada.

União Flaviense –“ Deus quer, o homem sonha e a obra nasce”. Esta frase de Fernando Pessoa é exemplificativa para os seres humanos, do poder dos sonhos, e também serve para definir o projecto e ambição de quem está actualmente à frente dos destinos da claque: os irmãos Márcio Pires e Ricardo Beatbox e que são os seus dinamizadores. (Peço desculpa se me esqueci de alguém, mas estas foram as informações que me chegaram)

No meu conceito, claque é um grupo de pessoas que se organiza de forma a apoiar incondicionalmente a sua equipa. Ora, sendo assim, a União Flaviense está de parabéns pelo seu desempenho nos dois últimos encontros, onde deram muita “mais vida e colorido”. Por isso, agora há que continuar este excelente trabalho e procurar melhorá-lo.

 

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