Como informei no artigo anterior, o Governo de Portugal, em Agosto de 2013, nomeou um grupo de trabalho para estudar as prioridades nacionais em termos de infraestruturas para o período temporal entre 2014 e 2020.
Para uma melhor apreciação desta problemática é importante ter acesso a dados individuais.
Assim, os 30 projetos prioritários que o grupo de trabalho indicou ao governo e qual o seu custo inicial são os seguintes:
1º Ampliação do terminal de contentores do porto de Leixões (Investimento: 38 milhões de euros);
2º Conclusão do plano de modernização da Linha do Norte (Investimento: 400 milhões de euros);
3º Expansão do Terminal de Contentores XXI do porto de Sines (Investimento: 139 milhões de euros);
4º Melhoria da acessibilidade marítima e otimização de fundos do porto de Setúbal (Investimento: 25 milhões de euros);
5º Conclusão da obra do Túnel do Marão (Investimento: 173 milhões de euros);
6º Novo terminal de contentores do porto de Leixões (Investimento: 200 milhões de euros);
7º Novo terminal de contentores do porto de Lisboa (Investimento: 600 milhões de euros);
8º Novo terminal de cruzeiros do porto de Leixões (Investimento: 12 milhões de euros);
9º Novo terminal de carga no aeroporto de Lisboa (Investimento: 5 milhões de euros);
10º Modernização dos troços ferroviários entre Aveiro e Vilar Formoso (Investimento: 900 milhões de euros);
11º Novo terminal de cruzeiros em Lisboa (Investimento: 25,2 milhões de euros);
12º Aumento da eficiência dos atuais terminais de contentores de Alcântara (Investimento: 46,6 milhões de euros);
13º Entrada de navios de maior dimensão no porto de Aveiro (Investimento: 1 milhão de euros);
14º Plataforma logística do porto de Leixões (Investimento: 180 milhões de euros);
15º Zona de atividades logísticas e expansão do polo de Cacia em Aveiro (Investimento: 53,9 milhões de euros);
16º Obras de correção do traçado na foz dos rios Tua e Sabor (Investimento: 50 milhões de euros)
17º Modernização e eletrificação da linha do Minho (Investimento: 145 milhões de euros);
18º Expansão do terminal do porto de Setúbal (Investimento: 3,5 milhões de euros);
19º Melhoria das condições operacionais dos terminais do porto de Aveiro (Investimento: 3,5 milhões de euros);
20º Melhoria do acesso marítimo e instalações nos portos de Portimão e Faro (Investimento: 55 milhões de euros);
21º Intervenções nas eclusas no Douro (Investimento: 24 milhões de euros);
22º Construção do IP3 entre Coimbra e Viseu (Investimento: 600 milhões de euros);
23º Modernização da linha de Cascais (Investimento: 160 milhões de euros);
24º Modernização e eletrificação da Linha do Sul (Investimento: 20 milhões de euros);
25º Linha ferroviária Évora-Caia/Badajoz no âmbito das ligações ao porto de Sines (Investimento: 1000 milhões de euros);
26º Modernização e eletrificação da Linha do Algarve (Investimento: 55 milhões de euros);
27º Reformulação e integração dos terminais de carga nos aeroportos nacionais (Investimento: 5 milhões de euros);
28º Reativação do cais da Siderurgia Nacional (terminal do Seixal) (Investimento: 6 milhões de euros);
29º Modernização e eletrificação da Linha do Oeste (Investimento: 135 milhões de euros);
30º Aprofundamento da barra, canal e bacia do porto da Figueira da Foz (Investimento: 25 milhões de euros);
Como podemos constar a dimensão dos investimentos é substancial e discriminatória para a região Norte, logo faço votos para que a todos os projetos seja feita uma criteriosa avaliação para perceber a pertinência da sua realização e qual o prazo do retorno dos investimentos a realizar.
Faço ainda votos para que este vasto programa de investimentos tenha a opção correta e que alavanque todo um sector que dê apoio a exportação!
Definitivamente, não devemos permitir:
1.Que se caia na tentação de continuar a servir os que se “alimentam à mesa” para não esbanjar recursos em projetos duvidosos em detrimento de outros claramente mais vantajosos. O interessante é começar por perceber quem faz os estudos, e se é razoável o que se pensa gastar. Os nossos empresários têm de começar a ser um pouco mais contidos e menos gastadores, optando sempre por aplicar a cada empreendimento custos que reflitam uma melhor relação preço/qualidade;
2.Que se instale um espírito preguiçoso para o qual é sempre mais fácil fazer de novo e em grande do que arranjar soluções econômicas que aproveitem o existente.:
3.Que o lóbi do betão continue a insistir nas obras públicas faraónicas a pagar pelo contribuinte português! Já basta de regabofe com o dinheiro público! Penso que todos os portugueses já estão fartos destes estudos pouco rigorosos que quase sempre apontam para valores que dão os números que os políticos quiserem, mas quem paga é sempre o zé-povinho!
4.Que não se gaste dinheiro em novos “elefantes brancos “, mas sim em setores e zonas que se afastem da “centralidade lisboeta” permitindo uma maior coesão nacional num desenvolvimento sustentável.