Diário Atual

OpiniaoQuarta-feira amanheceu luminosa e agradável, um daqueles dias cheios de luz e sol em que nos sentimos bafejados pela a harmonia do Universo. A cidade acordou para mais um dia de feira onde as cores esfusiantes dos objectos que os feirantes vendem e expõem aos olhos dos clientes se amalgamam numa bebedeira de cor e texturas. Chapéus para todos os gostos e preferências, camisolas e blusas que se amontoam numa profusão de matizes. As pessoas que logo bem cedo vão até à feira mostram-se moderadamente alegres. Afinal é dia de feira!
A chegada dos emigrantes traz ao bulício da cidade e às esplanadas cor, uma babilónia de vozes que se atordoam em diversas línguas onde avultam o francês, o inglês, o castelhano dos «nuestros ermanos» que também aproveitam este dia para nos visitar.
O torvelinho da cidade é uma azáfama. Mas aqui e ali ouvem-se os protestos de quem, por causa das obras do largo do arrabalde, tem de dar uma volta maior, mais propriamente à periferia da cidade pois as ruas que estão fechadas atropelam o tráfego intenso deste agosto citadino.
No meu passeio aleatório oiço aqueles comentários mais incisivos dos que asseveram que a edilidade aproveita o verão para fazer «estas obras» com o fito de «mostrar serviço» aos nossos emigrantes…
Mas nem esses comentários menos abonatórios conseguem abafar a minha alegria genuína de passear pela cidade, qual transeunte anónimo, misturada na multidão que enche de vida, cor e alegria a cidade de Chaves…
Decididamente a nossa cidade está cosmopolita parece quase uma metrópole europeia… só é pena que poucos se apercebam disso.
Como seria se a cidade de inverno e de verão fervilhasse assim de gente que se acotovela e alegremente deambula pela cidade? O que poderíamos fazer para que a cidade fosse permanentemente visitada por turistas e veraneantes? Há algumas ideias que me assaltam: criar um festival internacional de teatro; criar um festival de música; dinamizar de forma intensa as nossas termas; promover desfiles de moda; incentivar feiras de produtos tradicionais; promover jornadas de arte ou de literatura… que sei eu.
Mas isto sou eu a sonhar alto, caro leitor. Isto sou eu a pensar que a nossa cidade poderia constar do mapa cultural de Portugal, tal como Óbidos, Santa Maria da Feira Marvão, Belmonte ou outras tantas pequenas cidades (muitas delas mais pequenas do que nós) … Pois é isto sou eu a acreditar que todos amam a nossa cidade como eu e querem que ela faça parte dos roteiros culturais de Portugal. Manias de alguém que ama Chaves, embora não seja filha da terra… Boas férias, amigo leitor; desculpe este desabafo. Prometo que para a semana vou ser mais positiva.

 

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