Diário Atual
José Mesquita

José Mesquita

Esta semana, a rúbrica de saúde pública alerta para o problema dos animais que nos rodeiam: as pragas urbanas.
Cães, gatos, pardais, pombos, gaivotas, formigas, baratas, moscas e mosquitos e como não, os ratos. Esta é a “lista negra”, que a OMS decreta como vetores de doenças.
Deve estar a pensar que sempre que sai à rua depara-se com algum destes animaizinhos. É precisamente por estarem tão próximos do homem, que constituem um risco para a saúde pública.
Historicamente, desde sempre o homem teve a necessidade de ter por perto os animais, quer como alimento, matéria-prima ou mão-de-obra. Mas foi com a fixação deste e a criação das cidades, que a convivência ficou ainda mais próxima. Bodes, patos, mulas, etc…, partilhavam o mesmo espaço com milhares de pessoas, criando as condições perfeitas para a disseminação de doenças. Por exemplo, foi nesta altura que a tuberculose foi passada para o ser humano, mas não foi a única! Doenças como a varíola, sarampo, gripe foram contraídas a partir do gado.
Hoje, com a evolução humana, a descoberta de antibióticos e outros fármacos, os microrganismos foram ficando controlados e alguns até foram erradicados, as cidades modernas estão mais protegidas quanto a esses perigos de outrora.
Contudo, atualmente surge uma nova era e com ela, novas adaptações. Todos os animais acima citados têm algo em comum, aceitam o lixo e/ou detritos como alimento. Aliás, é este o fator que tanto os atraem aos centros urbanos, a facilidade de encontrar comida.
Como a lista é algo vasta, dividirei em duas rubricas, a presente dedicada aos insetos e a próxima aos roedores. Destaco estes vetores, uma vez que os cães e os gatos são fruto do abandono e desleixo humano, sendo de senso comum as doenças que acarretam. Os pardais e gaivotas estão no patamar dos pombos, os quais já foram alvos de uma anterior rubrica aqui, no Saúde, não Mente!.
Assim, as moscas e mosquitos dispensam apresentações, pousam em excretos (mosca-varejeira), ingerem alimentos em putrefação e alimentam-se de sangue. São os responsáveis por transportarem todo o tipo de parasita microscópico, vírus, bactérias, protozoários e ovos de platelmintes (doença do sono, dengue, malária, elefantíase, etc…). Para evitar estes insetos, mantenha a sua casa sempre limpa, deite o lixo no contentor e feche a tampa, não deixe resto de comidas ao ar livre, evite águas estagnadas (os pratos nos vasos, por ex.), faça regularmente a higiene do seu animal de estimação e coloque redes nas janelas.
Outro bicho que está por todo o lado e para espanto de muitos, também está nesta lista, são as formigas. A sua presença é constante nos muros, nos nossos jardins, nas nossas residências, escolas, hospitais, etc. Responsáveis por viroses e infeções, em alguns países, como o Brasil, existem formigas que só com a picada podem paralisar um homem adulto. Para minimizar a sua presença, tape fendas, pulverize remédio nos cantos e ranhuras, evite migalhas e restos de comidas, isole o açúcar e outros alimentos doces.
Por último, temos as baratas um ex-libris da cidade moderna. São transportadoras de doenças como a difteria, cólera, herpes, disenteria, pneumonia e causam problemas respiratórios. Resistem a quase tudo, reproduzem-se rápido, têm uma dieta vasta e existem aos milhares. Como curiosidade, quando se avista uma barata, existem em média, 50 escondidas na mesma zona.
Como forma de irradicação, tal como nas anteriores dicas, elimine os 4 “A’s”: alimento, o acesso, o abrigo e a água. Todas as normas assentam nestes princípios para evitar a sua presença: vedar o acesso, contaminar o alimento, eliminar o abrigo e suprimir a água.
Espero ter prevenido para mais uma questão de saúde pública, estas “pragas urbanas” que são ameaças ocultas na cidade. A próxima rubrica de saúde pública terminará este tema, com o destaque para os roedores.
Caso tenha questões ou queira ver algum tema aqui mencionado, contate a nossa equipa: [email protected].

 

 

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