Olga Melo
Um novo ano inicia perspetivado com base em novos objetivos, desafios, atitudes, mudanças e vivências. Esperamos que seja sobretudo um ano de equilíbrio económico, físico, emocional e mental. É, também no início de cada ano que procedemos à realização de um balanço que visa essencialmente renovar, reestruturar e reformular o plano de atividades direcionado para cada uma das esferas das nossas vidas. Impõe-se desta forma que, em simultâneo com a saúde de uma forma geral, não descuremos a promoção de uma boa saúde mental, o que requer que debrucemos alguma atenção, também, para o nosso cérebro.
Várias investigações têm sido desenvolvidas no sentido de se delinearem linhas orientadoras sobre a melhor maneira de conseguirmos manter um cérebro saudável, tendo em conta que atendendo ao aumento da esperança média de vida, cada vez vivemos mais o que requer que simultaneamente vivamos melhor, com mais qualidade de vida.
Tendo em conta a visão holística de que “somos um todo e não meramente a soma de todas as partes”, devemos pois começar reduzir o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares, uma das causas principais da evolução de demências. Assim, urge uma mudança de atitude que deve começar pela mudança nos hábitos alimentares com a preparação de refeições nutritivas e saudáveis, incluir a prática de atividade física regular e frequente, bem como evitar o consumo excessivo de álcool, tabaco e o aumento de peso. A prática regular de atividade física estimula o fluxo sanguíneo o que implica em paralelo um aumento da atividade sináptica, bem como o incremento dos níveis de dopamina e serotonina, resultando numa melhor cognição e num melhor estado de humor, prevenindo assim o aparecimento de demências e sintomatologia depressiva.
Para mantermos uma boa saúde mental é condição sine qua non a estimulação cerebral, contudo denotando igualmente capacidade de controlo, bem como uma boa gestão dos níveis de stresse de modo a evitar a pressão excessiva sobre o cérebro. Por fim, os estudos acrescem e evidenciam o facto de que uma vida ativa e um bom suporte social promovem concomitantemente um melhor funcionamento cerebral e elevam os níveis de felicidade. Genericamente, a boa saúde mental é auferida na combinação de todos os fatores supracitados que visam essencialmente alcançar um estado de homeostasia física e psicológica.
Resta-me apelar para a pertinência de implementar desde muito cedo bons hábitos e comportamentos saudáveis no quotidiano, e não esperar até à idade da reforma para o fazer, ainda que qualquer idade seja boa desde que exista vontade e motivação para melhorar. Sem esquecer que em determinado momento o nosso cérebro reflete toda uma vida de experiência.
Faço votos de que 2014 seja um ano de boa saúde física e psicológica a todos!
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