Diário Atual
Eng. Miguel Caetano

Eng. Miguel Caetano

Tenho para mim que um dado adquirido na sociedade do pós- 25de Abril, que o SNS ( Serviço Nacional de Saúde ), é uma trave-mestra da nossa democracia.

É efetivamente o sistema que melhor desempenho teve do ponto de vista dos resultados obtidos a todos os níveis, quando comparado com os demais serviços da nossa sociedade coletiva.

Há dez anos a esta parte a qualidade dos serviços hospitalares era, no todo nacional, um sistema com elevadas prestações igualitárias em todas a regiões.

Com a criação dos centros hospitalares, todos nós sabemos que o Norte interior, mais concretamente a região do Alto Tâmega e Barroso, porque de elevada dispersão geográfica, tem sofrido grandes desajustes que levaram á diminuição da qualidade dos serviços e elevado risco de vida em situação de patologias mais graves, dadas as distancias a percorrer, muitas das vezes à sede do centro hospitalar.

Confrontados com a realidade da desqualificação da unidade hospitalar flaviense, os responsáveis eleitos têm bem presente a necessidade de atuar, porque fizeram promessas eleitorais, logo todos nós esperamos que desde já, se iniciem contactos, se solicitem apoios, em suma, se trabalhe sem desfalecimentos, para a justa concretização de uma Unidade Local de Saúde para a região do Alto Tâmega e Barroso.

Informamos aos que não sabem e lembramos aqueles mais esquecidos, que já está constituída e em pleno funcionamento há mais de dois anos a ACES (Agrupamento dos Centros de Saúde do Alto Tâmega e Barroso), logo tenho que para mim que, só falta, vontade politica e autonomia administrativa e financeira, porque a articulação entre os serviços hospitalares e os cuidados de saúde primários, será uma realidade facilmente concretizável com a nomeação de um Conselho de Administração para a futura/próxima Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega e Barroso.

A concretizar-se esta grande aspiração das gentes de Alto Tâmega e Barroso, sugiro uma fase de transição de 2 anos para se concretizar a desanexação do Centro Hospitalar , com sede em Vila Real, e reescalonar os serviços e cuidados de saúde a implementar.

Neste contexto é então oportuno lembrar o conteúdo programático para a área dos serviços hospitalares, difusamente publicitado pelo presidente eleito da Camara Municipal de Chaves- Sr. Arquiteto António Cabeleira e passo a citar.

“Vamos continuar a lutar pela criação da Unidade da Unidade Local de Saúde do Alto Tâmega. Não é admissível a desclassificação permanente da unidade hospitalar. É preciso inverter o processo iniciado com o governo socialista.

É tempo de se garantir equidade em todo o território nacional. A integração do Hospital Distrital de Chaves no Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro , para a população dos concelhos de Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços é um tremendo fracasso. A unidade hospitalar de Chaves perdeu recursos humanos e valências, tornou-se ineficaz”. Fim de citação.

Começarei então por dizer que um Presidente que se preze e se pretende que a história o recorde, deve ter um comportamento ético, moral, percorrendo espaços de verdade e justiça sempre guiado sobre o real. Acho que a essência da vida de um autarca e da sua obra deverão ficar marcadas pelo uso do gume da palavra justa, sem receios, contra o horror e a espessura opaca que nos tempos que correm não cessam nunca de nos acossar.

Portanto Sr. Presidente António Cabeleira é chegado o tempo de agir, pois não devemos correr, definitivamente, o risco de limitar o acesso à saúde com qualidade para todos os concidadãos do Alto Tâmega e Barroso, pese embora as limitações financeiras com que Portugal se debate.

Obviamente que ficarei muito contente se tal desiderato se vier a concretizar, e desde logo esforçar-me-ei para ser um dos primeiros a felicitá-lo.

Da realidade à pura ficção, terminarei com alguma ironia dizendo: não me ocorre que à região do Alto Tâmega e Barroso venha a acontecer tal como a Cartago ( antiga colónia fenícia, situada no Norte de África-Tunísia) que apesar da resistência, porque fraca, ao general que recebeu a ingrata tarefa de desclassificar o nosso hospital, venha a suceder alguém que acabe também por mandar espalhar sal sobre as nossas terras para que mais nada possa germinar.

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