Diário Atual
Sebastião Imaginário

Sebastião Imaginário

Os “Valentes Transmontanos” voltaram a baquear no Municipal de Chaves, naquilo que se pode definir como “a casa maldita”. Para os flavienses, jogar perante os seus adeptos está a transformar-se num inferno. Incompreensivelmente!

Com prestações positivas nas três últimas jornadas, ninguém estava à espera que a equipa voltasse a regredir no processo de crescimento que vinha a revelar. Esperamos que tenha sido apenas uma pausa na evolução a que se estava a assistir. De resto, não deixa de ser verdade que aos atletas flavienses não se pode apontar falta de atitude e empenho, mas em termos de qualidade exibicional foi fraca, deixando muito a desejar.

O treinador, Quim Machado, considerou o cansaço como uma grande condicionante para a prestação da sua equipa. Após esta afirmação, muitos vieram a terreiro defender que o treinador deveria fazer uma rotatividade da equipa. Não partilho dessa opinião, pois acho que devem jogar sempre os que se apresentam em melhores condições. Aceito que nesta sequência de três jogos numa semana pudesse fazer uma gestão cirúrgica em dois/três jogadores no máximo. Mais do que isso seria colocar em causa, dinâmicas mecanismos e rotinas de jogo. De qualquer forma, embora o cansaço possa eventualmente ter provocado os seus efeitos, parece-me que a falta de inspiração colectiva e individual foi a razão maior de tão fraca exibição.

Embora as equipas não devam depender muito de um ou dois jogadores, com todo o respeito pelos demais, o problema teve um nome: Kuca. Há um Desportivo de Chaves com o cabo-verdiano no seu melhor, como se viu nos últimos jogos, e outro quando não se mostra inspirado, como aconteceu nesta jornada.

Ainda quanto à rotatividade, é importante que haja memória: Quando na Taça da Liga, o anterior técnico optou por tal e perdeu, caiu o Carmo e a Trindade, e quando Quim Machado, frente ao Atlético, fez o mesmo voltaram a chover criticas.

Entendo que onde o treinador não esteve particularmente feliz foi quando teve que ir ao banco dos suplentes. Não compreendi a saída de Luís Carlos quando estava a ser dos mais dinâmicos da equipa e também não compreendi, embora entenda, a substituição de Ricardo Rocha para fazer recuar Bamba, situação que me parece não fazer grande sentido, dado que prefiro os originais às cópias.

Obviamente que como adepto estou decepcionado, como de resto, devem estar todos aqueles que sofrem pelo clube. E esta derrota custou-me mais que a sofrida em Portimão, porque aqui, a equipa jogou, teve lances de grande qualidade que nos transmitiram esperança num futuro melhor.

Sem tirar mérito à equipa de Porfírio Amorim, em rigor o resultado acaba por ser penalizante para os “Valentes Transmontanos”, os quais acabaram por ser infelizes na forma como sofreram o primeiro golo e como ofereceram o segundo. Mas, é óbvio que estas ocorrências não deviam ter impedido os flavienses de serem mais competentes para garantir o regresso aos triunfos!

Os flavienses não podem continuar a oferecer ao adversário golos em bandeja de ouro, qual pai natal a distribuir prendas. É verdade que em futebol só não erra quem não está lá dentro. Na bancada, somos todos bons, tomamos sempre as melhores opções e as coisas correm-nos sempre às “mil maravilhas”!

Outra tema que surgiu nas redes sociais e que me faz alguma confusão é que se diga que os jogadores da 2.ª B não são jogadores para esta liga. Pergunto: Alguém sabe donde eram oriundos mais de 70 a 80% dos jogadores do plantel do Belenenses da temporada transacta? Alguém se lembra quantos jogadores da temporada transacta fizeram parte da equipa que derrotou o Penafiel, naquela que foi das exibições mais conseguidas dos flavienses?

Quando se perde tudo é questionado e questionável!

Hoje, jogadores que antes não serviam, deveriam ser titulares, como certamente no futuro acontecerá o inverso. É por estas discussões e por outras que o futebol é tão apaixonante. O desporto rei!

Com mais esta derrota, a equipa consumiu o capital de esperança que tinha junto dos adeptos que ainda tenham uma réstia de esperança de ver a equipa nos lugares cimeiros da tabela. Agora, resta a este grupo de trabalho procurar fazer um campeonato tranquilo e procurar obter a melhor classificação possível. A não ser que esta equipa sofra uma grande metamorfose e nos surpreenda e entre numa dinâmica de vitória, o que todos desejamos. Qualidade para isso, penso que existe no plantel!

Para que tal seja possível urge estancar a quantidade de golos que a equipa sofre. Actualmente, os flavienses são a 2.ª defesa mais batida do campeonato, sendo que dos 35 golos encaixados, 18 foram apenas em quatro jogos. Presentemente, equipas que queiram fazer bons campeonatos têm que possuir defesas sólidas. Mas atenção: esta tarefa não é exclusivamente dos defensores!

As grandes equipas veem-se pela sua regularidade e este Desportivo de Chaves é tudo menos regular. Os pupilos de Quim Machado têm sido uma equipa inconstante, assemelhando-se um ioiô. Ora a equipa não pode ser oitenta num jogo e oito noutro. Tem forçosamente que ser mais regular.

 

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