Diário Atual

Na 27.ª edição do Congresso de Medicina Popular, a população de Vilar de Perdizes inaugurou um busto em homenagem ao padre Fontes. A obra em granito, colocada no centro da aldeia, é mais um render de vénia a uma figura mítica da região. O presidente da Câmara de Montalegre, Fernando Rodrigues, fez as honras da cerimónia e recordou que o pároco “já atingiu um patamar que lhe garante um lugar na história no concelho”, por tudo “aquilo que fez pelo povo, pela terra e pelo concelho de Montalegre”.

www.cm-montalegre.pt__src0b79f95a2d4163d8000dda2597bcfac3_par6c9265f8d327dd98c6df66bdb53aa7dd_dat1378725855Esculpida por Celestino André, técnico de cantaria artística, a obra em granito está colocada no centro da povoação. Fernando Rodrigues presidiu à cerimónia de apresentação e deixou “um agradecimento à Associação de Defesa do Património de Vilar de Perdizes, na pessoa de Deolinda Silva, pela iniciativa que teve, na terra que acolhe o padre Fontes e a quem ele tanto serviu, de deixar perpetuada a sua imagem para sempre”. Para o edil, “fica assim consagrada uma obra de arte, uma linda obra de um artista local, a quem deixo os parabéns pela beleza e pela arte aqui representada”.

 Em discurso, Fernando Rodrigues, recordou que “os montalegrenses e os barrosões são da melhor gente que está espalhada pelo mundo”. Nessa linha, fez referência aos “melhores que temos nas letras, na política, na administração pública, nas instituições do estado, na nossa emigração”. Os “emigrantes portugueses são os melhores embaixadores que Portugal tem no mundo, mas, entre esses, estão os barrosões”, assegurou. Todavia, este destaque não é verificado apenas no presente. Se for feito um recuo no tempo, “temos exemplo da melhor gente que foi criada na nossa terra, basta olharmos para Cabrilho, um bom barrosão que saiu daqui ao serviço do rei de Espanha, no Século XVI, e que descobriu a Califórnia”. A par deste grande nome, vêm à memória “exemplos de generosidade, como o Albino Fidalgo, que fez fortuna no estrangeiro e que deixou uma fortuna para fazer habitação social”. Acto contínuo, salientou que “temos vaidade na nossa terra, na nossa gente”, bem como “orgulho no nosso sangue e trabalho”. A história do concelho é feita de “grandes nomes e o padre Fontes já atingiu um patamar que lhe garante esse lugar: pelo que fez, pelo que tem feito e pelo muito que ainda vai fazer”.

 Ao longo dos tempos a Câmara de Montalegre “soube reconhecer este homem e a sua obra”, afirmou Fernando Rodrigues. Em retrospetiva, lembrou que, “em tempos distinguiu o mérito, o valor, a dedicação e empenho à terra com a medalha de ouro do município”. Sem esquecer que “o seu nome foi reconhecido e atribuído à sede do Ecomuseu de Barroso, um espaço de referência cultural”.

 O momento foi ainda oportuno para um agradecimento em nome do Centro Social e Paroquial de Vilar de Perdizes. Funcionários e utentes marcaram presença na inauguração e ofereceram ao homenageado um quadro com a fotografia da instituição. A diretora técnica, Ana Rita Veiga, mencionou que se trata de “mais uma justa homenagem e o reconhecimento pelo padre Fontes, em mais de uma década, coordenar, acreditar e fazer crescer um projeto social, tão essencial às oito aldeias que abrange e às quase 40 pessoas que dele dependem diariamente”. Sem esquecer “todo o trabalho feito, em mais de 20 anos, no jardim de infância e no ATL”. A oferta foi “simbólica, mas materializa o espaço físico do centro”. Fica, assim, a “representação visual que prova que os valores humanos falam mais alto e vão continuar a falar”, concluiu a assistente social.

No final, o padre Fontes confessou que “a homenagem já estava anunciada, logo não foi recebida com tanta surpresa”. No entanto, “é inevitável não ficar emocionado com este gesto”. Não é “apenas a figura física que está ali, também está a parte cultural e espiritual” que representa para o concelho e para o país. Com o bom humor habitual, arrancou palmas e sorrisos aos muitos presentes ao afirmar “que agora ninguém se pode queixar de vir a Vilar de Perdizes e não me ver”. Relembrou que muitos visitantes são atraídos pela sua imagem e “que ninguém quer ir embora sem tirar uma fotografia com o padre”. Fica assim arrumada na gaveta a “expressão «é como ir a Roma e não ver o Papa»” e salvaguardada a ausência do afamado pároco.

 Redacção – CM Montalegre

 

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