Diário Atual

Os autarcas da Eurocidade Chaves-Verín pretendem implementar um serviço de prestação de cuidados de saúde transfronteiriço, uma rede de transporte de proximidade, um posto de polícia comum e um plano normativo comum para o termalismo na Eurorregião.

CI EurocidadeNa reunião de trabalho da Eurocidade Chaves-Verín, presidida pelo vice-presidente da Junta da Galiza, Alfonso Rueda, e que juntou os autarcas dos municípios de Chaves e Verín, António Cabeleira e Juan Morán, respectivamente, foram abordadas várias questões relativas às actividades desenvolvidas pelos municípios de Chaves e Verín desde a criação do projecto Eurocidade, em 2008. Para além disso, debateu-se o plano estratégico para o marco plurianual 2014-2020.

A Eurocidade Chaves-Verín constitui um projecto pioneiro ao nível da Península Ibérica e da Europa que aposta na gestão conjunta de vários equipamentos e serviços. Actualmente o projecto transfronteiriço já partilha uma sede, um “Cartão do Eurocidadão”, uma agenda mensal de eventos, instalações desportivas e culturais, um guia turístico, programas de termalismo, campanhas de promoção e comercialização, assistência a feiras turísticas, entre outras actividades.

No sentido de alargar a actuação da Eurocidade Chaves-Verín, na reunião de sexta-feira, 21 de Fevereiro, os autarcas das duas cidades acordaram na criação de grupos de trabalho que desenvolverão vários projectos, nomeadamente, na área da saúde, nos transportes, na segurança e no termalismo.

Na área da saúde, os autarcas defendem a elaboração de um estudo de assistência de saúde transfronteiriça na Eurocidade Chaves-Verín, apoiado na análise comparativa das valências existentes no Centro Hospital de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) e o Hospital de Verín no sentido de optimizar a oferta dos serviços de saúde prestados às pessoas. De acordo com o autarca flaviense, António Cabeleira, o objectivo passa por assegurar um melhor acesso à saúde dando liberdade às pessoas de escolherem o hospital onde preferem serem tratadas. “Para além disso, queremos que os hospitais de Ourense e Vigo possam ser hospitais de referência como já o são os hospitais de Vila Real e do Porto”, afirmou. Neste ponto, o presidente de Chaves fez questão de relembrar o caso do jovem Hugo Sarmento que teve de percorrer cerca de 400 quilómetros, entre Chaves e Lisboa, para receber assistência médica depois de ter sofrido um neurotrauma num acidente de automóvel em Chaves. “O Hugo poderia ter sido assistido em Ourense (94 kms) ou em Vigo (189 kms) poupando-se assim muitas horas de viagem”, concluiu.

Nos transportes prevê-se a implementação de um serviço de transporte de proximidade entre Chaves e Verín que permita acabar com os constrangimentos administrativos colocados pela fronteira. Na prática, prevê-se que seja organizada uma linha de transportes públicos que permita às pessoas circularem dentro da Eurocidade.

Outra das medidas discutidas na sede da Eurocidade foi a criação de um Centro Policial e Aduaneiro (CCPA) em Feces de Abaixo. Assim o posto policial, constituído por policiais portugueses e espanhóis, permitirá a troca de informações e a colaboração nos serviços de vigilância.

Por fim, na área do termalismo, os dois executivos sustentam a concretização de um plano normativo comum que permita impulsionar o crescimento do sector termal na Galiza e no Norte de Portugal.

As medidas acordadas na reunião de trabalho na sede da Eurocidade têm como principal objectivo, conforme afirmou António Cabeleira, que “a Eurocidade se constitua cada vez mais como uma zona franca social, permita a circulação dos cidadãos entre as duas regiões e possibilite o acesso a bens fundamentais como a saúde”.

As propostas apresentadas irão fazer parte de uma candidatura ao próximo quadro de apoio comunitário.

 

Cátia Portela

 

 

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