Diário Atual

Os alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves, foram distinguidos com o segundo lugar no prémio nacional de física Atlas do Saber. A distinção será entregue em setembro, na presença do Prémio Nobel da Física 2016.

Os estudantes Fábio Matias, do 9º ano, Hugo Cunha, Joana Cabeleira e Patrícia Delgado, do 10º ano, tinham como objetivo construir um aparelho que conseguisse determinar a aceleração gravítica, com uma precisão de duas casas decimais, e com um limite orçamental no valor de 5€. Para a concretização do projeto, os alunos contaram com a preciosa ajuda do professor Jorge Teixeira, vencedor do Global Teacher Prize.
“Em termos práticos estamos a falar da criação de um aparelho de alta precisão cuja construção implicou um orçamento bastante reduzido. Com alguma imaginação conseguimos cumprir o objetivo”, disse o professor flaviense.
A ideia começou a ser desenvolvida durante as aulas práticas do Clube do Ensino Experimental das Ciências. Numa primeira fase, contou o professor, os alunos começaram por produzir uma espécie de pêndulo gravítico – um fio com uma massa colocada numa das extremidades –, onde fosse possível medir o comprimento e o período de oscilação. Depois do aparelho construído, os alunos verificaram que era “muito difícil trabalhar com ele”.
Não satisfeitos com o resultado obtido, os alunos, juntamente com o professor de física e química, decidiram reformular o projeto, baseando-se numa hipótese “um pouco mais complicada”, e criaram um pêndulo físico.
“Embora ainda não tivessem conhecimentos suficientes de física, eu transformei o problema num instrumento mais simples para que eles percebessem e conseguissem então medir o comprimento e os períodos de oscilação”, referiu Jorge Teixeira, acrescentando que este aparelho era ainda mais preciso do que o anterior, com três casas decimais, e mais fácil de trabalhar.
Na opinião do melhor professor do país, através destas iniciativas os alunos aprendem melhor os conteúdos, aprendem a comunicar, a saber estar com os outros, ajuda a divulgar a ciência e acaba também por motivá-los a serem melhores.
Os alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins vão receber a distinção no dia 1 de setembro, na sessão de encerramento da Conferência de Física, na Covilhã, na presença do Prémio Nobel da Física 2016, Michael Kosterlitz.
De salientar que o projeto foi mais tarde adotado pelos alunos do curso de Engenharia Biomédica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Crianças já arrecadaram 700€ para reflorestar o concelho flaviense através do projeto a concurso da Fundação Ilídio Pinho

Mas as boas notícias não se ficam por aqui. Os alunos do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, nomeadamente os do pré-escolar e do secundário, passaram à segunda fase do Prémio Fundação Ilídio Pinho “Ciência na Escola”, juntando-se assim aos 100 melhores projetos do país que serão apresentados ao público.
Os mais pequeninos, cerca de 130 alunos do pré-escolar, com o apoio da professora Lígia Teixeira, debruçaram-se sobre o tema dos incêndios e desenvolveram várias atividades com o objetivo de sensibilizar as pessoas para a prevenção dos fogos florestais. Nesta iniciativa as crianças participaram em diversas atividades laboratoriais, realizaram um guião, que posteriormente foi validado por várias entidades públicas, e produziram um calendário para com imagens de pinturas do conceituado artista Nadir Afonso. Os calendários estão à venda e até ao momento já foram angariados 700 euros que servirão para reflorestar uma zona ardida do concelho de Chaves, com várias árvores autóctones.
Por fim, os alunos do pré-escolar desenvolveram, ainda, uma atividade ao ar livre na Quinta do Rebentão que reuniu Proteção Civil, bombeiros do concelho, entre outros.
Já o segundo projeto flaviense a concurso, que envolveu 15 alunos do 10º ano, chama-se “Regar com a humidade do ar”. Para a realização do projeto foram construídos vários instrumentos para a rega de plantas que permitem captar, de forma autónoma, a humidade e o vapor do ar e a água do orvalho e da chuva. O objetivo passa por diminuir o número de regas e consequentemente evitar os desperdícios de água.
Esta atividade contou mais uma vez com a coordenação do professor Jorge Teixeira que, apesar do pouco tempo disponível, faz sempre questão de estar presente e de acompanhar os seus alunos nos desafios científicos.

Cátia Portela

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