Diário Atual

O Presidente da Câmara Municipal de Boticas, Fernando Queiroga, participou no passado fim-de-semana no XXXV Congresso Nacional do PSD, onde teve uma intervenção dura e crítica face às sucessivas medidas impostas pelo poder central.

Foto 3Fernando Queiroga afirmou perante uma plateia cheia de militantes do PSD que as decisões do poder central “têm conduzido ao encerramento de serviços, quer sejam de saúde, de justiça ou de outros serviços desconcentrados da administração central, no interior do país com clara perda das poucas condições de vida que as pessoas ainda têm nestas regiões”, o que tem conduzido, na sua perspetiva, “à total desilusão, descrença e falta de esperança das gentes do interior do nosso país, onde o Concelho de Boticas se inclui.”

Fernando Queiroga argumentou ainda que “por este caminho seremos cada vez menos a viver nos concelhos do interior de Portugal, vendo a população envelhecer cada vez mais, a diminuir e a não produzir a riqueza que estas regiões poderiam produzir, nem muito menos a continuar a dar ao país presidentes da Comissão Europeia, da Assembleia da República ou primeiros-ministros”.

Durante o seu discurso, o autarca botiquense insurgiu-se concretamente contra o anunciado encerramento do tribunal de Boticas, criticando a forma como todo o processo da reforma do sistema Judicial tem sido conduzido e a falta de critérios que levam ao encerramento de uns tribunais em detrimento de outros, apelidando estas medidas de “altamente lesivas e injustas” e fazendo fé que “prevaleçam o bom senso e a lucidez que parece faltar a muitas pessoas”, numa clara alusão à posição de intransigência evidenciada pela Ministra da Justiça.

Fernando Queiroga reforçou os seus argumentos na defesa da manutenção do tribunal de Boticas, sublinhando que “não somos nenhuns “coitadinhos” e por isso não pedimos qualquer tratamento diferente do resto do país. Queremos é ter igualdade de direitos quando necessitamos de aceder aos cuidados de saúde, à justiça, à educação, ou aos serviços das finanças, isto porque na hora de contribuirmos com os nossos impostos e os nossos sacrifícios também não temos um tratamento diferente e porque na hora de contribuir para o funcionamento de serviços considerados de interesse nacional, não somos poupados a esforços, mesmo que nunca na vida venhamos a usufruir desses mesmos serviços, destinados em exclusivo aos moradores da capital, e que uma boa parte dos transmontanos nunca visita durante toda a sua vida”, lembrando que “sempre que foi pedida a solidariedade dos transmontanos na defesa da coesão territorial e nas necessidades de Portugal estes nunca viraram a cara” e que “a palavra solidariedade deve ter dois sentidos e não apenas lembrarmo-nos dela quando mais nos convém”.

O presidente da Câmara de Boticas terminou a sua intervenção referindo que não pede nem nunca pedirá medidas de exceção, mas exige “igualdade de direitos para a população de Boticas e do Interior do País”, sublinhando que não quer deixar de acreditar na “matriz de social-democracia” do seu partido, onde “os princípios de solidariedade, igualdade, justiça, equidade e coesão territorial estão bem presentes”.

Redacção

 

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