Os trabalhos de artesanato realizados pelos reclusos do Estabelecimento Prisional de Chaves estiveram expostos durante dois dias, 2 e 3 de Junho, na Escola Secundária Dr. Júlio Martins.
A exposição teve como principal objectivo mostrar a toda a comunidade flaviense o trabalho formativo desenvolvido pelos reclusos na área do artesanato que, apoiados pelos professores, foram realizando durante o ano lectivo de 2013/2014 e que se insere no plano de actividades extracurriculares, levado a cabo pelo Estabelecimento Prisional de Chaves.
Para a criação das obras foram reaproveitados diversos materiais que conjugados com a imaginação de cada aluno deram forma a diferentes objectos com novas funcionalidades. Assim, o visitante pôde encontrar na exposição “paspaturs”, espelhos, cadeiras decorativas, palhaços, cestos, e uma infinidade de objectos cujas técnicas aplicadas foram sendo adquiridas ao longo das aulas de artesanato.
De acordo com o director do Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, Joaquim Tomaz, para além do certificado de competências que é atribuído a cada um no final do ano lectivo, estas actividades permitem aos reclusos manterem-se ocupados e ao mesmo tempo adquirirem conhecimentos essenciais que irão facilitar a sua integração na sociedade. Também a formadora e uma das mentoras do projecto, Anabela Esteves, confessou ao jornal A Voz de Chaves que acredita que muitos dos seus alunos, futuramente e fora da cadeia, têm capacidades e talento suficientes para continuarem a desenvolver as suas obras artísticas de forma autónoma.
Para os responsáveis pelo Estabelecimento Prisional de Chaves outra das grandes preocupações é a motivação. Os presidiários que participaram nesta exposição têm na sua maioria entre 30 a 40 anos e segundo o coordenador pedagógico, Luís Pinto, o papel dos professores passa muitas das vezes também por desempenhar o papel de psicólogo. “É necessário motivá-los, conversar muito com eles”, referiu.
Nesse sentido, ao longo do ano são organizadas várias exposições que mostram a criatividade dos presidiários e ao mesmo tempo permite que estes consigam angariar algum dinheiro através da venda das obras. Exemplo disso foi a exposição intitulada “Pastoral Penitenciária”, organizada em Fátima, que contou com vários trabalhos de reclusos dos estabelecimentos prisionais do país.
De referir ainda que no próximo mês, de 7 a 11 de Julho, o Estabelecimento Prisional de Chaves vai organizar a “Semana Cultural” que será preenchida com palestras, teatros e outras actividades lúdico-pedagógicas.
Cátia Portela
