O concelho de Valpaços continua no combate à praga da vespa das galhas do castanheiro. No passado dia 14 de maio foi a vez de ser feita uma largada do parasitóide na localidade de Ferrugende, freguesia de Friões.
Esta praga foi encontrada pela primeira vez em Portugal na região do Minho, mais precisamente em Barcelos, tendo sido detetata em Trás-os-Montes em finais do ano de 2015. Trata-se de um pequeno inseto que deposita os ovos nos gomos dos ramos dos castanheiros, levando à deformação de novos rebentos, resultando numa quebra acentuada da produção de castanha.
De forma a combater esta praga, estão a ser realizadas, por todo o país, centenas de largadas de parasitóides, vindos de Itália, que se irão alimentar das vespas. Uma destas largadas decorreu na passada segunda-feira, dia 14, na localidade de Ferrugende, concelho de Valpaços. O parasitóide foi transportado até ao local e largado nos castanheiros por José Gomes Laranjo, presidente da Associação Portuguesa da Castanha (RefCast) e docente na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Quem também marcou presença nesta largada foi António Medeiros, vice-presidente da Câmara Municipal de Valpaços, e José Gomes Laranjo fez questão de realçar o trabalho realizado conjuntamente com o município valpacense no combate a esta praga: “Valpaços desde a primeira hora tem disponibilizado todas as suas energias e todos os seus meios para que se faça aqui aquilo que tem de ser feito”.
Numa fase inicial de experimentação, os custos associados ao combate a esta praga eram assumidos pelo Ministério da Agricultura. No entanto, quando se percebeu que não seria possível continuar com este financiamento – cada largada tem o custo de 210 euros mais IVA – os municípios foram envolvidos, e, segundo o presidente da RefCast, em “boa hora. Isto é uma luta que ultrapassa os domínios da propriedade privada, e é uma luta em que a nossa unidade territorial mínima é o concelho. E é nessa base que nós começámos a pensar nos municípios, não só para nos ajudarem a fazer a comunicação com as populações, mas também pela parte do financiamento”, acrescentou.
É necessário salientar que este parasitóide não irá exterminar a praga, mas sim controlá-la, minimizando os seus efeitos negativos uma vez que se trata de uma luta biológica, não traz quaisquer consequências nefastas para o ambiente.
A produção da castanha é uma das jóias do concelho valpacense, representando cerca de 50 milhões de euros de volume de negócio.
Maura Teixeira