Diário Atual

Durante os dias 4, 5 e 6 de novembro todos os caminhos foram dar a Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços. O Pavilhão Rota da Castanha recebeu cerca de cem mil pessoas na realização da XXI Feira da Castanha – CASTMONTE.

A abertura oficial da 21ª edição da Feira da Castanha de Carrazedo de Montenegro decorreu às 15h30, juntando autarcas dos concelhos do Alto Tâmega, assim como outras entidades políticas, militares, civis e religiosas.
O primeiro a usar da palavra foi António Costa, presidente da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros, que elogiou todo o trabalho que tem vindo a ser feito em conjunto pela Junta de Freguesia e a Câmara Municipal de Valpaços: “Quando estamos unidos, tudo se consegue. E onde há união, há força”.
Seguiram-se as declarações de Amílcar Almeida, presidente da Câmara Municipal de Valpaços, e ainda do diretor regional de Agricultura e Pescas do Norte, Manuel Cardoso, que na sua intervenção fez referência ao “mau ano agrícola que estamos a ter” devido à seca extrema que assola Portugal de norte a sul.
No final dos discursos decorreu a habitual ronda pelos stands da Feira.
A noite do primeiro dia da CASTMONTE foi animada pelo grupo musical “Banda Amigos do Vitó”.
O segundo dia da Feira começou bem cedo com a Montaria ao Javali. Uma das bandeiras da autarquia valpacense é levar a terra e os seus produtos o mais longe possível, apostando fortemente na sua divulgação. Desta forma, durante toda a tarde de sábado o Pavilhão Rota da Castanha contou com a presença do programa da RTP “Aqui Portugal”, que, para além de assegurar a animação, mostrou ao país e ao mundo o que de melhor se faz em terras valpacenses, pois, para além da grande protagonista do certame, nos stands da feira puderam ainda encontrar-se outros produtos típicos do concelho de Valpaços, como o mel, as compotas, o vinho, o folar, o bolo podre, o azeite, entre outros. Para este dia de destacar ainda a atuação do grupo musical “Função Públika”.
O dia de domingo, terceiro e último dia do evento, ficou marcado pela atuação do grupo musical “Costa Verde”, pelo Concurso de Castanha, e pela abertura do “Maior Bolo de Castanha”, que pesava 600 kg e que voltou a ser confecionado pelos irmãos Capela, naturais do concelho de Valpaços, mas que estão emigrados na região de Beynat, localidade do sul de França com a qual Carrazedo de Montenegro está geminada, e que todo o público presente teve a oportunidade de degustar.
Durante os três dias, quem visitou a Feira teve ainda a oportunidade de provar o melhor da gastronomia de Valpaços na Tenda da Gastronomia onde estiveram algumas tasquinhas e restaurantes da região.
A XXI edição da Feira da Castanha, pela qual durante os três dias passam cerca de cem mil pessoas, encerrou às 20h.
Amílcar Almeida fez um balanço muito positivo da Feira: “Superou as nossas expetativas. Posso dar conta que houve stands aqui que esgotaram quatro vezes os produtos que trouxeram para o local. O nosso objetivo é fazer desta Feira uma das maiores do Alto Tâmega. Acima de tudo é a Feira da Castanha, mas é mais do que isso, é a verdadeira montra dos produtos da terra. E no concelho de Valpaços, tudo o que é produzido produz-se com qualidade. Estamos todos de parabéns, quer a Câmara Municipal, quer a Junta de Freguesia, e, naturalmente, falo de um modo geral de todos aqueles que também ao serviço da Câmara e da Junta deram o seu melhor de forma a fazer desta Feira um verdadeiro sucesso”.

Quebra na produção da castanha não comprometeu qualidade do fruto

O país atravessa um período de seca extrema. Este fator aliado à praga da vespa das galhas do castanheiro fez cair a produção da castanha. Inicialmente, as estimativas apontavam para uma quebra na produção da castanha na ordem dos 40/50%, facto que muito preocupava o povo de Valpaços uma vez que a castanha representa uma grande fatia no bolo da economia do concelho, com muitas famílias a depender dela, chegando a ter uma maior representação económica que o vinho e o azeite juntos. Contudo, o autarca valpacense acredita que estes números irão diminuir para os 25% no final da exploração da castanha.
“A qualidade não se perdeu, está lá. Naturalmente, estamos cá para apoiar os nossos agricultores com a ajuda que nós habitualmente fazemos, não só com a constituição de brigadas percorrendo os soutos, bem como também apoiando o lançamento de parasitóides por forma a dizimar a vespa dos galhos dos castanheiros que de facto é uma verdadeira praga e essa sim ameaça, e de que maneira, a produção de castanha. Mas quero acreditar que os valpacenses estão seguros, que os valpacenses contam com o apoio da autarquia e que não vamos sentir esse efeito da vespa porque de facto vamos saber atuar em tempo útil”, concluiu.

Maura Teixeira

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