Diário Atual

Cinco bares na Travessa Cândido dos Reis, em Chaves, não abriram as portas no sábado à noite, dia 18. Proprietários querem o alargamento do horário de funcionamento. Presidente da Câmara de Chaves mostra disponibilidade para chegar a um acordo com todos os intervenientes afetados pela situação.

Os proprietários dos bares da Travessa Cândido dos Reis, um dos principais locais de diversão noturna no centro histórico de Chaves, estiveram toda a noite de portas encerradas e com panos negros que exibiam várias mensagens. Sábado à noite foi de “greve” para patrões e funcionários dos cinco bares que se demonstram descontentes com o horário de funcionamento dos estabelecimentos noturnos.
“O horário que está em vigor permite-nos estar abertos até à meia noite. Houve agora um alargamento até às 2h, horário esse que mesmo assim não chega para nós trabalharmos, para mantermos os nossos funcionários, todos os postos de trabalho e para pagar a renda”, referiu António Fernandes, proprietário do Caffé In.
Os mesmos dizem ser os principais prejudicados com o horário de encerramento estabelecido pela Câmara de Chaves.
Os donos dos bares que aderiram à greve querem voltar ao horário de funcionamento anterior que determinava o encerramentos dos espaços às 2h da manhã nos dias de semana e às 4h da manhã aos sábados e vésperas de feriados.
António Fernandes explica que “as pessoas já saem tarde para a rua e nós não conseguimos mudar os hábitos das pessoas. Se as pessoas saem de casa ou dos restaurantes por volta da meia noite e meia e uma da manhã torna-se complicado rentabilizar o negócio”.
Segundo o mesmo responsável, as queixas já duram há mais de um ano e “pouco ou nada tem sido feito”.
“Eles tomam as decisões da maneira que querem sem nos consultar sequer e sem saber a nossa opinião”, sublinhou.
Ernesto Marques tem dois estabelecimentos abertos na mesma rua e conta que são várias as multas que tem recebido por incumprimento do horário de fecho.
“Nós não queremos prejudicar ninguém apenas queremos um horário justo para todos, que as pessoas se divirtam, tanto as de cá como aquelas que vêm visitar a dinâmica noturna em Chaves”, disse.
Segundo o mesmo responsável, depois de os bares fecharem as pessoas por norma acabam por ir para casa e quem sai a perder é a cidade.
Ao jornal A Voz de Chaves, Nuno Vaz afirmou que recebeu com “surpresa” o protesto dos donos dos bares uma vez que na semana passada tinha sido agendada uma reunião na Câmara de Chaves e à qual os empresários não compareceram.
O autarca disse estar disponível para conversar com os proprietários dos bares, sobretudo para “avaliarmos as razões subjacentes a alguma insatisfação da parte deles”.
“Nós temos disponibilidade para conversar no sentido de perceber as razões e os interesses de todos os envolvidos neste processo”, frisou.
Neste contexto, o presidente da Câmara de Chaves quer ouvir não só os empresários como também os frequentadores dos bares e os moradores da zona para que se possa “salvaguardar da melhor forma, equitativa e equilibrada, os interesses” dos visados.
Embora no regulamento da câmara esteja previsto o encerramento dos bares à meia noite, a autarquia criou um despacho que permite “de forma excecional e transitória, desde setembro deste ano,” o funcionamento dos estabelecimentos até às 2h da manhã, em dias de semana e fins de semana.
Quanto ao horário de funcionamento até às 4h da manhã o autarca flaviense diz que “essa é uma discussão que tem de ser feita” no sentido de serem encontradas soluções que tenham em conta também a opinião dos moradores que têm direito ao sossego e à tranquilidade noturna.
Nuno Vaz salienta ainda que a questão não se resolve apenas com a análise do horário de funcionamento mas também se deve ter em conta “a forma como a atividade, neste caso dos bares, é realizada”, ou seja, “se fora ou dentro de portas” e qual a amplitude do som dentro dos espaços.
Ao sábado à noite, a Travessa Cândido dos Reis é frequentada, em média, por um milhar de pessoas.

Cátia Portela

 

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