Diário Atual

Inserida na Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, desde 2008, a delegação de Chaves, responsável pela promoção turística da área da saúde e bem – estar através da divulgação das águas termais, abundantes na região, vai passar para Vila Real.

 Antonio-CabeleiraDe acordo com informações obtidas pela A Voz de Chaves, a delegação turística vai deixar de existir na cidade de Chaves e vai passar a localizar-se em Vila Real. Os funcionários, segundo conseguimos apurar, já foram avisados desta situação, mas os responsáveis pela repartição de turismo flaviense remeteram os esclarecimentos para a sede do Turismo do Porto e Norte de Portugal, em Viana do Castelo, que é a entidade responsável pela promoção turística local e regional da região de turismo do norte do país e é presidida por Melchior Moreira.

O presidente da Câmara de Chaves, António Cabeleira, confirmou ao jornal ter sido informado pelo presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal a intenção de acabar com a Delegação de Turismo Saúde e Bem – Estar em Chaves. Neste sentido, António Cabeleira adiantou que os presidentes de câmara do Alto Tâmega reuniram-se com Melchior Moreira no dia 1 de Novembro, no Hotel Palace, em Vidago, no sentido de exporem as reais consequências da transferência da delegação de Chaves para Vila Real sendo que “ficou no ar a promessa de que tal situação não se concretizasse”, disse o autarca flaviense.

“Disponibilizamos, inclusive, um edifício que está a ser recuperado em Vidago, junto ao futuro balneário das termas de Vidago, para que fossem as instalações da delegação”, disse António Cabeleira. Perante esta proposta, o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal referiu que “iria estudar o assunto e que em breve retomaria as conversações”.

Para António Cabeleira “a decisão de retirar a delegação de Saúde e Bem – Estar já está tomada” lamentando que “infelizmente é a atitude normal de qualquer decisor tirar do interior e levar para fora do interior”.

Devido aos espaços termais de elevada qualidade, foi implementada na cidade de Chaves a Delegação de Turismo e Bem – Estar tendo em vista o combate à sazonalidade e permitindo prolongar a permanência dos turistas na região através da dinamização das estâncias termais que existem no Alto Tâmega e Barroso. Porém, com a deslocação desta delegação para Vila Real fica não só comprometida a sustentabilidade de alguns espaços termais e a divulgação turística da região como também ficam comprometidos os actuais postos de trabalho existentes na delegação flaviense.

Questionados sobre o encerramento da delegação em Chaves, os responsáveis pelo Turismo do Porto e Norte de Portugal não quiseram adiantar quaisquer informações confirmando apenas que “as cinco entidades regionais, ao nível do país, estão em processo de reestruturação”.

O autarca flaviense acredita na descentralização do serviço turístico dizendo que “um serviço que apenas existe para pensar, como é o caso do Turismo do Porto e Norte de Portugal, sediado em Viana do Castelo, tanto pensa lá como aqui, e aqui é que se conhece a verdadeira realidade turística”. António Cabeleira deixou ainda o alerta afirmando que “o presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal fecha serviços em Portugal para abrir postos de trabalho em Espanha”.

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Os postos de turismo na sua generalidade vão deixar de pertencer ao Turismo do Porto e Norte de Portugal, sendo que ficarão a cargo das câmaras municipais. Ou seja, para António Cabeleira “a Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte de Portugal quer, por um lado, acabar com as suas despesas e, por outro lado, quer aumentar as despesas dos municípios, uma vez que as câmaras vão ficar encarregues pelos salários destes funcionários” o que no entender do autarca “não faz sentido nenhum.”, concluiu.

O Turismo em Portugal antes de 2008 era organizado em 29 entidades regionais distribuídas pelo Porto e Norte de Portugal, Centro, Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e Madeira, sendo que a região do Alto Tâmega e Barroso era gerida pela Comissão Regional de Turismo do Alto Tâmega e Barroso que aglomerava os concelhos de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. Assim, a Região de Turismo do Alto Tâmega e Barroso era constituída pelos presidentes dos municípios, por representantes da ADRAT, pelos responsáveis hoteleiros e dos restaurantes, pelas estâncias termais existentes em Vidago, Pedras Salgadas, Carvalhelhos e Chaves e ainda pelas agências de viagens.

Após a aprovação do Plano Estratégico Nacional de Turismo, as entidades regionais foram organizadas em cinco áreas e seis pólos de desenvolvimento no continente, a que se juntaram duas direcções regionais das Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira.

Desta forma, a Turismo do Porto e Norte de Portugal tem várias delegações distribuídas pelo norte do país que actuam em diversas áreas no sentido de potenciar um produto estratégico em cada região. Actualmente, as delegações turísticas encontram-se sediadas nas cidades do Porto, Guimarães, Bragança, Braga e Chaves, sendo que as principais ofertas englobam o “turismo de negócios”, “city e short breaks”, “gastronomia e vinhos”, “turismo de natureza”, “turismo religioso”, “touring cultural e paisagístico” e “saúde e bem – estar”.

Em média, por ano, 2 000 turistas vão ao posto de turismo localizado em Chaves e 3 500 espanhóis utilizam o serviço turístico para a obtenção de informações sobre a região. Por norma, estes turistas permanecem na cidade um ou dois dias.

Certo é também que, embora a Delegação de Turismo de Saúde e Bem – Estar de Chaves encerre, as termas não deixarão de ser promovidas pelo município e o autarca flaviense assegurou que “está a ser feito um investimento na ordem dos 3 milhões e meio de euros na restruturação e ampliação das termas de Chaves” rematando que “Chaves vai continuar a ter um posto de turismo e vai continuar a promover, quer através do posto de turismo quer através da internet, no âmbito da Eurocidade Chaves – Verín e no âmbito da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega”.

Cátia Portela

 

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8 comentários

  1. Será melhor a população “transferir-se” também para Vila Real, uma vez que pelo andar da carruagem, Chaves não passará de um dormitório da capital de distrito.
    Santa ignorância e Santa inactividade… mexam-se! Foram eleitos para quê??

  2. Espero que a luta que o senhor que foi eleito presidente da Câmara Municipal, travou com a Vereadora Paula Barros aquando das eleições, seja agora também travada com mais convicção nessa luta que não é uma luta de cor partidária, não é uma luta de Poder, pode ser uma luta para mais um tacho para alguém mas isso vem depois, temos é claro com o que temos a nosso favor, com o nosso melhor trunfo, com as nossas mais valias que, sim, pois as maiores valências desta terra ainda são os Flavienses, os que por cá se aguentam… Juntos podemos ser melhores…

  3. Estou cem por cento de acordo com todos os comentários. Em relação ao do senhor Afonso, com o devido respeito, permita-me um “comentário” sobre as suas palavras: 1- Não precisa de sugerir que a população se transfira para Vila Real. Duma forma ou doutra, já todos nos estamos a transferir para lá: quando temos um familiar doente, lá vamos nós; entretanto, aproveitamos para visitar o filho/filha que estuda na respectiva Universidade, ao mesmo tempo que pagamos a renda do apartamento; mas como nestas coisas não há nada como aproveitar o tempo, levamos mais um ou dois flavienses que por azar tenham que tratar de um qualquer assunto no Tribunal lá do sítio; logicamente, também vamos contribuir para que o Dolce Vita não esteja às moscas e cheio de lojas fechadas. No fim de tudo, não há nada como aproveitar para assistirmos a uma qualquer sessão no ultra-moderno cine-teatro que o Carrilho nos (lhes) pôs à disposição. Quer melhor?
    Os pilha-galinhas de Lisboa continuam a fazer o querem, e os botas de elástico dos políticos flavienses continuam a assistir, impávidos, serenos e a marimbarem-se para outros interesses que não sejam os seus. Boa noite, até amanhã, em…Vila Real.

  4. A minha sugestão era sarcástica caro Pacheco. Vocês “transferem-se” para Vila Real uma vez por outra! Eu tenho que fazê-lo todos os dias para trabalhar, desde que me “transferiram” para esta Unidade Hospitalar.
    Devemos pensar sim, nas perdas de Serviços que obrigam a população a deslocações para poderem usufruir dos mesmos, mas mais ainda, devemos pensar nos postos de trabalho que permitimos que nos sejam retirados e nos habitantes que perdemos com essas alterações.
    Estou muito desiludido com o poder autárquico flavienses, este e o anterior, e qualquer outro que permita o mesmo.

  5. Obrigado pelo “esclarecimento” caro Afonso. Não sei o que viu no meu comentário que não coincida com o seu e os nossos interesses (leia-se:dos flavienses). Ou será que agora vamos ter por aqui o que mais interessa aos políticos: “o meu problema é maior que o teu”? Aproveito para lhe dizer que não estou nada desiludido com o poder autárquico flaviense – nem com este, nem com o anterior, nem com o “outro”, nem com o que há-de vir. Nunca esperei mais do que o pouco que fazem pelo concelho.

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