Diário Atual

No fim de semana passado e no início desta semana, perto de 450 bombeiros combateram vários incêndios que deflagraram nos concelhos de Ribeira de Pena, Boticas, Chaves, Valpaços, Montalegre e Vila Pouca de Aguiar.

Quase todos os dias o quartel dos Bombeiros Voluntários de Montalegre (BVM) recebe pelo menos um pedido de ajuda para apagar fogos. Um dos maiores incêndios no concelho registou-se na sexta-feira passada, dia 6, na freguesia de Negrões, às 9h, onde estiveram a atuar mais de 50 elementos dos BVM e de outras corporações vizinhas, apoiados por oito viaturas. O fogo demorou mais de doze horas a ser extinto e nos dias seguintes houve vários reacendimentos.
Na freguesia de Covelo do Gerês os Bombeiros Voluntários de Salto (BVS) foram alertados para um incêndio passavam quinze minutos do meio dia de terça-feira, dia 10. A apagar as chamas estiveram 15 operacionais apoiados por três viaturas.
Para o comandante dos BVS, Hernani Carvalho, o mês de outubro costuma ser sempre “um dos mais complicados no concelho” e “muito por causa da realização de queimadas”, acrescenta. Este ano, e devido ao tempo seco, tem sido “propício especialmente para a propagação rápida dos incêndios”.
No mesmo dia, terça-feira, a corporação foi também chamada para um fogo que deflagrou na aldeia de Caniçó, às 13h14, e que teve início junto de uma habitação.
“As chamas propagaram-se a uma zona com um declive acentuado o que dificultou a ação dos bombeiros”, disse o comandante dos BVS.
Em Ormeche, na freguesia de Venda Nova e Pondras, estiveram no terreno cinco operacionais apoiados por uma viatura.
Outro dos concelhos afetado pelos incêndios foi Ribeira de Pena. O incêndio que deflagrou à 1h30 da manhã de sábado, dia 7, na freguesia de Alvadia foi combatido por mais de 58 operacionais apoiados por 17 viaturas ligeiras.
No domingo, dia 8, mais de metade dos concelhos que constituem o Alto Tâmega tinha uma frente ativa. Em Boticas 15 bombeiros voluntários, apoiados por quatro viaturas, estiveram em Vilarinho Seco, na freguesia de Alturas do Barroso e Cerdedo, a combater as chamas que duraram vários dias.
Na freguesia de Soutelinho da Raia, no concelho de Chaves, o alerta foi dado por volta das 17h25, disse o 2º comandante dos Bombeiros Voluntários de Salvação Pública (BVSP), Paulo Cunha. O incêndio, que teve início numa zona de mato, rapidamente se alastrou a outras áreas e deixou alguns moradores em sobressalto devido à proximidade das chamas às suas habitações. O fogo consumiu alguns pinheiros e também alguns castanheiros plantados em terrenos agrícolas, num total de quatro hectares. No local, o incêndio foi dado como extinto às 21h15 e foi combatido por 12 operacionais apoiados por três viaturas, que tiveram a colaboração da GNR de Chaves, de três elementos da brigada de intervenção do Regimento de Infantaria Nº 13 e de vários populares.
Na segunda-feira, às 11h50, os bombeiros foram novamente acionados para um incêndio que deflagrou entre São Fraústo e o Cando, por volta das 11h50. As chamas, que consumiram meio hectare de mato e pinhal, foram combatidas por quatro operacionais dos BVSP e quatro operacionais dos Bombeiros Voluntários Flavienses.
Também nas freguesias de Castelões, Faiões e Vila Nova de Monforte lavraram vários incêndios que envolveram 69 operacionais, segundo a página da Proteção Civil na internet.
Ainda no domingo, também em Valpaços 17 elementos dos Bombeiros Voluntários de Carrazedo de Montenegro (BVCM), apoiados por quatro viaturas, foram chamados a combater um incêndio que deflagrou em Valizelos, na freguesia de Padrela e Tazem, às 21h30. O fogo consumiu cerca de oito hectares de mato.
Ao jornal A Voz de Chaves, o comandante dos BVCM, João Sousa, disse que no concelho valpacense os bombeiros têm sido chamados quase todos os dias para combater as chamas.
Na freguesia de Capeludos deflagrou, na quarta-feira, um incêndio na Freixeda que envolveu sete elementos dos Bombeiros Voluntários de Vila Pouca de Aguiar, apoiados por duas viaturas.
Por várias vezes consecutivas, neste mês de outubro, os termómetros têm superado os 30 graus e a falta de precipitação começa a deixar rios e barragens sem água, como é o caso, por exemplo, da Barragem das Nogueirinhas, do rio Mente, em Segirei, ambos no concelho de Chaves, e do rio Rabaçal em Valpaços.
De acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera está previsto que a falta de chuva continue até pelo menos à próxima semana, depois do mês de setembro ter já sido considerado o mais seco dos últimos 87 anos.
Ao fecho desta edição, e de acordo com a página da Proteção Civil na internet, estavam ativos quatro novos incêndios: dois no concelho de Chaves, em Redial, que estava a ser combatido por 25 operacionais apoiados por três viaturas, e em Cimo de Vila da Castanheira, por 13 bombeiros e uma viatura. Em Vila Pouca de Aguiar foram ativados três meios aéreos e 127 operacionais para o incêndio que lavrava em Vilela da Cabugueira. Também em Montalegre 18 bombeiros apoiados por cinco veículos combatiam as chamas em Bustelo, na freguesia da Vila da Ponte.

BV Flavienses ajudam a combater incêndio de Pampilhosa da Serra

Os Bombeiros Voluntários Flavienses (BVF) uniram esforços às centenas de bombeiros portugueses que, desde o dia 7 deste mês, têm estado a combater o incêndio de grandes dimensões nos concelhos de Pampilhosa da Serra e Arganil, no distrito de Coimbra. A corporação flaviense foi a mais representada no Grupo de Reforço a Incêndios Florestais (GRIF) do distrito de Vila Real, coletivo coordenado pelo segundo-comandante dos BVF, Artur Nogueira.
O GRIF-01 de Vila Real deslocou-se até à região centro de Portugal com um grupo constituído por 26 bombeiros e sete veículos, provenientes de quatro corporações: BV Flavienses (12 bombeiros e três veículos), BV Régua (sete bombeiros e dois veículos), BV Cheires (cinco bombeiros e um veículo) e BV Vila Real – Cruz Branca (dois bombeiros e um veículo).
Até à passada segunda-feira, dia 9, o combate ao incêndio de Pampilhosa da Serra contou com a colaboração de mais de 620 bombeiros, 188 meios terrestres e cinco meios aéreos. A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários Flavienses deseja uma rápida recuperação aos bombeiros portugueses feridos no Teatro de Operações.

Governo reforça dispositivo de bombeiros com mais 820 operacionais

O Ministério da Administração Interna adiantou na terça-feira, dia 10, em comunicado, que reforçou o dispositivo de bombeiros “com mais 820 operacionais, o que corresponde a um total de 2763” bombeiros e que, no total, a Fase Delta contará “com cerca de 6400 elementos”.
Segundo o mesmo ministério, também os Grupos de Reforço distritais “foram reforçados e ativados face às necessidades operacionais” e “foram constituídos Pelotões Militares” para “matéria de vigilância e escaldo”.
O Governo anunciou ainda que “foi reativada a Rede Primária de Postos de Vigia da GNR” e que os 72 postos desta rede estarão em funcionamento do dia 11 ao dia 31 de outubro”.
Ainda na área do combate, o Ministério da Administração Interna decidiu alargar os “contratos de meios aéreos até ao final do mês de outubro”, estando assim disponíveis “dois aviões pesados, dois aviões ligeiros e oito helicópteros médios”, bem como os “três helicópteros ligeiros e três pesados” que fazem parte da frota do Estado.
O comunicado do Ministério da Administração Interna surge depois de várias notícias terem vindo a público em que davam nota de que o Governo “não terá acautelado os meios de vigilância, deteção e combate necessários ao quadro meteorológico dos últimos dias, propício à propagação de incêndios florestais”.

Cátia Portela

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