Diário Atual

OpiniaoNem sempre temos a oportunidade de participar de determinados eventos que nos dão a esperança e nos permitem acreditar. Esta semana essa oportunidade foi-me oferecida de forma inesperada. Passo a explicar: quarta ou quinta-feira fui até Vila Real para testemunhar, enquanto simpatizante de António Costa, a forma empenhada (se fosse aqui há uns anos, no calor da revolução dos cravos, dir-se-ia engajada) como as pessoas se estão a congregar em volta de uma candidatura que tem sobretudo o condão de despertar novamente a Esperança. Depois das inscrições de cada um dos simpatizantes, das fotografias da praxe, houve um Porto de honra no terraço dum dos hotéis da capital. Como não podia deixar de ser, houve também várias intervenções de improviso, algumas no sentido de esclarecer os presentes menos habituados a estas lides da política, sobre a forma como nos poderíamos envolver na eleição do candidato às primárias; outras com o objectivo de partilhar essa mesma esperança, essa vontade de acreditar num projecto; mas foi sobretudo uma das intervenções que me marcou, quer pela forma intensa como partilhou o que pensava, quer pela convicção e honestidade como o fez, alertando os presentes para o facto de haver esperança em acreditar nesse projecto, não significa que os milagres aconteçam e que a partir da eleição de alguém como António Costa tudo passe a ser um mar de rosas… Gosto de políticos íntegros, coerentes e realistas, por isso gostei da última intervenção.
Na sexta-feira, fui até Boticas com duas amigas para assistir à Inauguração da Exposição Sequenzas que vai estar até outubro no Centro de Artes Nadir Afonso. Como o título da exposição refere trata-se duma mostra de todo o processo criativo do artista que foi Nadir Afonso. São muitos estudos concretizados nos tipos de papel mais variados que nos ajudam a desvendar a forma como o pintor ia construindo a sua obra. Essa possibilidade de podermos desvendar os meandros da mente dum artista da grandeza de Nadir Afonso é um privilégio e permite-nos constatar que a arte é sempre o colmatar de um trabalho de pesquisa embora a criatividade não deva ser menosprezada. Foi excelente ter tido esse privilégio. A minha gratidão à Luisa que me facultou essa possibilidade. Por outro lado, já há alguns anos que não ia a Boticas. Devo confessar que a forma como Boticas cresceu, a qualidade dos seus espaços verdes, a amplidão do centro foi tudo uma agradável surpresa.
O fim-de-semana também foi alegre, apesar da chuva que insistiu em estragar a alegria dos foliões da Noite Temática e o Festival do Jardim Público da nossa linda cidade de Chaves. Como vê, caro leitor, não é preciso ir muito longe para podermos aceder a manifestações culturais diversificadas e para todas as sensibilidades. Basta estar atento.
Aproveito esta coluna para lhe lembrar que no decorrer deste mês e do mês de agosto vai estar patente, na Galeria de Carneiro Rodrigues, uma mostra de Eurico Borges, outro grande pintor da nossa terra que merece ser acarinhado e apreciado. Já que não foi à inauguração da exposição, apareça agora. Olhe que vale a pena.

 

Manuela Rainho

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